APOIO III CICA – CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

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APOIO III CICA – CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


III CICA – CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Centro Acadêmico do Curso de Agronomia – PUCPR- Campus Toledo

NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS


Daniela Oliveira Silva (Ciências Agrárias/UEM; [email protected]); Ruan Carlos da Silveira Marchi (Ciências Agrárias/UEM; [email protected]), Olivia Diulen Costa Brito (Agronomia/ UNIOESTE; [email protected]), Mauren Sorace (Agronomia/UEM; [email protected]), ????? /??? Eduardo Arney do Amaral Ecker (Agronomia/Centro Universitário Ingá, [email protected])


Temática: Produção Vegetal


Resumo

No Brasil, assim como em todo o mundo o controle biológico toma destaque no cenário agrícola, a utilização dos NEP’s vem se confirmando como um meio viável e de baixo custo para o controle das mais diversas pragas agrícolas. O objetivo deste trabalho é descrever os principais nematoides entomopatogênicos (NEP´s) utilizados de forma eficiente no controle de pragas e sua produção. Neste trabalho foi realizado uma revisão de literatura buscando em artigos publicados referentes aos nematoides entomopatogênicos (NEP’S) e sua produção. Os nematoides entomopatogênicos são uma importante ferramenta, sendo uma das opções em aumentar a sustentabilidade no meio agrícola. Porem sua fabricação ainda converge em qual seria o melhor método que seria mais viável para o produtor e para o funcionamento do produto. Sendo assim se faz necessária estudos na área.



Palavras Chave: Fosfato solúvel, Fosfato insolúvel, Sorghum bicolor L. Moench.


Introdução

No Brasil, com a expansão de áreas cultivadas e uma exploração agrícola cada vez mais intensa, tem sido notado ao longo dos anos um aumento significativo no número de pragas, deixando os agricultores na dependência muitas vezes do controle químico. Porém o manejo de pragas com o controle químico vem causando problemas ao meio ambiente, levando as pesquisas a desenvolver manejos menos agressivos e mais sustentáveis, como por exemplo o controle biológico (Ghini & Bettiol, 2000). O controle biológico pode ser definido como a regulação do tamanho das populações de organismos vivos por meio do parasitismo de inimigos naturais, onde estes inimigos podem ser parasitoides, predadores, patógenos e/ou competidores. Na agricultura o controle biológico é utilizado para controlar pragas e insetos que transmitem doenças com o uso dos inimigos naturais e vem sendo visto como uma opção para aumentar a sustentabilidade no meio agrícola. Os inimigos naturais são classificados como predadores, parasitoides e patógenos. Os predadores são aqueles que matam suas presas e precisam mais de uma por ciclo de vida, os parasitoides são aqueles que para seu desenvolvimento necessitam apenas de um hospedeiro, e os classificados como patógenos são os que provocam doença e a morte do inseto hospedeiro. Os nematoides são classificados como inimigos naturais patógenos (Costa et al., 2006).

Um dos controles biológicos que vem sendo bastante estudado é o controle biológico com nematoides entomopatogênicos (NEP´S), que também são conhecidos como nematoides parasitos de insetos, pois a descoberta destes nematoides possibilitou aos pesquisadores uma nova alternativa para o controle de pragas (Fuga et al., 2012). A ordem que compreende os nematoides entomopatogênicos é a Rhabditida, e as famílias mais conhecidas e mais estudadas são as Heterorhabditidae e Steinernematidae, sendo Steineinerma o primeiro gênero descrito no Brasil, e o principal interesse no estudo dessas duas famílias é devido a possibilidade da produção em massa delas. (Hunt, 2007).

Os nematoides possuem alta capacidade de adaptação em diferentes ambientes e algumas espécies de nematoides ainda, quando preciso, tem a capacidade se disseminar e procurar hospedeiros, possibilitando que estes nematoides sejam utilizados em um programa de manejo integrado (Ferraz, 1998). O fator favorável que contribui para estudos e a produção em massa dos nematoides entomopatogênicos é a redução do uso de inseticidas, porem fatores como altos custos, prazos de validade, mistura, compatibilidade, formas de aplicação, entre outros, acaba por restringir o uso dos nematoides entomopatogênicos no meio agrícola (Fuga, et al., 2012).

Portanto o objetivo deste trabalho é descrever os principais nematoides entomopatogênicos (NEP´s) utilizados de forma eficiente no controle de pragas e sua produção.


Material e Métodos

O presente trabalho foi realizado revisão de literatura buscando em artigos publicados em revista com qualis os trabalhos realizados referentes aos nematoides entomopatogênicos (NEP’S) e sua produção.


Resultados e Discussão

São cinco as principais famílias que são descritas como partes dos nematoides enotomopatogênicos, sendo elas:, Neotylenchidae, Sphaerulariidae, Heterorhabditidae e Steinernematidae.

Os nematoides da família Mermithidae possuem em média de 1 a 30 cm de comprimento e seu ciclo de vida é, em parte dentro do hospedeiro, como parasita, e em parte como vida livre. Os mermitídeos são parasitas obrigatórios. Estes nematoides penetram pela cutícula e se instalam no homocele do hospedeiro, onde absorvem todos os nutrientes pela cutícula do própria nematoide. Após completar a fase de parasitismo, o nematoide mata o hospedeiro ao emergir do mesmo, e inicia a fase de vida livre onde ele, penetra no solo ou na água, amadurecem, copulam e ovopositam, completando assim seu ciclo de vida. (Leite, 2006)

Segundo Popiel & Hominick, (1992) a produção de tal nematoide em larga escala é inviável uma vez que ele depende do parasitismo para sobreviver. Nos anos 70 está família, especialmente o Romanomermis culicivorax, foi bastante estudado para controlar larvas de mosquitos, mesmo sendo um parasita obrigatório a produção em larga escala se deu viável devido ao uso de um hospedeiro alternativo. Porém o programa foi abandonado devido a dificuldade em produção massal e o sucesso do Baccillus thuringiensis (Leite, 2006).

Dentro das famílias Neotylenchidae e Sphaerulariidae temos como o nematoide mais importante o Deladenus siricidicola. Este nematoide pode ser classificado em duas famílias, isto porque a fêmea deste nematoide quando em vida livre é classificada na família Neotylenchidae, mas quando passa a viver como parasita na vespa a morfologia da fêmea a classifica como da família Sphaerulariidae. (Bedding, 1984). É usado no controle biológico da vespa-da-madeira (Sirex noctilio), praga que ataca culturas florestais, principalmente o pinnus, sendo o controle mais eficaz para Sirex noctilio. (Ribas, 1993).

O ataque desde nematoide é mais danoso principalmente nas fêmeas das vespas, pois elas se tornam estéreis ao serem parasitadas pelo D. siricidicola. São as fêmeas do nematoide que parasitam as vespas, elas, depois de acasaladas, penetram nas larvas e inicia o ciclo de vida parasitário, este ciclo dura até a fase adulta da vespa, o nematoide ovoposita dentro do hospedeiro e seus juvenis passam a atacar o sistema reprodutor do inseto, esterilizando a fêmea. Esterilização não é causada nos machos, apesar de também serem parasitados pelo nematoide. O ciclo de vida livre do D. siricidicola pode se estender por várias semanas na madeira do pinnus, se alimentando do fungo simbionte da Sirex noctilio, o Amylostereum areolatum, o ciclo de vida livre dura até encontrarem as larvas da vespa e passarem a parasitá-la (Iede, 1998).

Diferentemente dos nematoides da família Mermithidae, este nematoide é produzido em larga escala, sobre colônias dos fungos Amylostereum areolatum, pois o parasitismo pode chegar a 100% e é um dos controles mais eficazes que se tem para a vespa-da-madeira na cultura de pinnus (Ribas, 1993).

Heterorhabditidae e Steinernematidae são as duas familias mais estudadas e mais utilizadas quando se refere a nematoides entomopatogênicos, pois possuem associações com bactérias, causando morte rápida aos insetos que estão sendo parasitados. São inúmeras as razões do porque se tornou crescente o interesse nestas duas famílias, uma delas é que a produção in vitro destes nematoides possibilitam uma produção em massa, é economicamente viável, alem da comprovada eficiência no controle em diversas pragas. (Leite, 2006).

As bactérias que fazem simbiose com as famílias Heterorhabditidae e Steinernematidae são as bactérias dos gêneros Photorhabdus e Xenorhabdus, respectivamente. Para as bactérias esta associação com os nematoides é uma associação do tipo não-obrigatória, pois ambas podem ser cultivadas e sobrevivem sem a presença dos nematoides em questão. Assim também é para os nematoides onde sua produção sinteticamente se torna viável mesmo sem a simbiose com as bactérias, sendo obtidas em larga escala atrás de meio sólido ou fermentadores (Bedding, 1984).

O ciclo de vida de ambas famílias são semelhantes, onde o Juvenil de terceiro estágio não se alimenta, o JI infecta o hospedeiro através da boca, ânus ou outra abertura que este inseto venha a ter, já dentro do hospedeiro os JI liberam células com bactérias que causam a morte do inseto, após a morte do hospedeiro os nematoides se alimentam do cadáver e das bactérias e podem chegar até 3 gerações, quando as reservas de alimentos chegam ao fim, este nematoide emerge do cadáver e sobrevive no solo até encontrar um novo hospedeiro (Adams & Nguyen, 2002).

Desde a década de 30 os nematoides entomopatogênicos são estudados, mas somente na década de 70 este estudo se aprofundou e a produção destes nematoides ganhou força e atualmente são várias empresas que são especializadas para a produção em massa dos NEP´s para aplicação em campo (Almenara et al., 2012). A produção dos nematoides entomopatogênicos pode ser “in vivo” ou “in vitro” sendo que a produção “in vivo” é em menor escala de produção, enquanto que, a produção “in vitro” são produções dos NEP´s em larga escala (Leite, 2006).

A produção dos NEP´s “in vivo” é quando a produção é realizada através de um hospedeiro. Para os nematoides o hospedeiro mais utilizado nesta produção é a lagarta-dos-favos (Galleria mellonella) devido a sua disponibilidade comercial, por possuir alta suscetibilidade à maioria dos nematoides e é de fácil criação. Este processo pode chegar a atingir de 0,5 x 105 e 4 x 105 JIs/lagarta, dependendo da espécie do nematoide (Grewal et al., 2001). Porem esta técnica demanda grande quantidade de mão-de-obra, quando comparada a outros métodos, os custos são elevados, sua expansão é reduzida e a falta de um padrão dos nematoides obtidos neste processo, apesar das desvantagens esta forma de produção de NEP´s é muito utilizada nas pesquisas em laboratórios (Almenara et al., 2012)

Outra forma de produção dos NEP´s é a produção “in vitro”, esta produção é realizada com meio de cultura e este meio de cultura pode ser solido ou liquido. A produção em meio sólido mais utilizada é a proposta por Bedding no ano de 1984, onde se utiliza como suporte inorgânico a esponja de poliuretano embebido em caldo de tecidos de animais mais a gordura animal ou óleo, este método pode chegar a produzir até 106 juvenis infectantes por grama em meio solido, Friedman (1990) estudando a viabilidade comercial deste método de produção em grandes escalas concluiu que este método é viável para a produção em larga escala e comercialização de até 1031 juvenis infectantes por mês.

A produção em meio liquido é a mais utilizada comercialmente para a produção em larga escala nos dias atuais. Na produção em meio líquido, a bactéria simbionte é cultivada antes do nematoide. Vários ingredientes da cultura líquida são relatados incluindo farinha de soja, extrato de levedura, óleo de milho e canola, caseína, peptona e colesterol. O tempo de cultura pode variar dependendo do meio e da espécie, variando de três semanas com alcance máximo de produção de duas semanas ou menos (Barbosa, 2005).

Apesar de apresentar vantagens sobre a produção o método de produção “in vivo”, principalmente quando se trata de produção em larga escala, os métodos de produção “in vitro”, tanto em meio solido quanto em meio liquido, apresentam alguns problemas, onde o rendimento das culturas é variado, essa variação decorre principalmente porque a aeração e a agitação diminuíram as taxas de copulas dos nematoides (Neves et al., 1998). Almenara et al (2012) ainda cita que, a grande diversidade de hospedeiros que pode ser afetada pela presença de Steinernema spp. e Heterorhabditis spp. e seus simbiontes é uma questão importante a ser avaliada de forma a determinar o impacto da presença dos NEP´s nas populações de insetos não-praga.


Conclusão

Os nematoides entomopatogênicos são uma importante ferramenta na utilização do controle biológico, sendo uma das opções em aumentar a sustentabilidade no meio agrícola. Porém sua fabricação ainda converge em qual seria o melhor método que seria mais viável para o produtor e para o funcionamento do produto. Sendo assim se faz necessária um maior números de estudos na área.


Referências

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07 a 09 de maio de 2018


MESA 1 DESENVOLVEMENTO ECONÓMICO E EMPREGO PROGRAMA 1 APOIO
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